Criar um jogo inovador e competitivo é um desafio que exige estratégia, conhecimento técnico e sensibilidade criativa. Nesse contexto, o modelo 70/20/10 no game design surge como uma metodologia poderosa para guiar o desenvolvimento de jogos, equilibrando segurança, inovação e eficiência.
Esse modelo propõe uma divisão clara na concepção de um novo jogo: 70% do conteúdo deve vir de mecânicas de design já testadas e aprovadas, 20% deve ser aprimoramento do que já existe, e 10% deve ser algo realmente novo para o mercado. A proposta é permitir que equipes construam jogos inovadores, mas com base em estruturas que funcionam, reduzindo os riscos e aumentando as chances de sucesso.
O processo começa com a geração de uma nova ideia, sempre filtrada pela lógica do 70/20/10. Isso garante que a base do jogo seja sólida, que o diferencial da equipe seja destacado e que haja espaço para experimentação com controle. A seguir, a ideia evolui para a etapa de design do jogo, onde são definidos os sistemas principais, as dinâmicas de jogo e os objetivos centrais.
Com o conceito claro, parte-se para a prototipagem, uma fase essencial no desenvolvimento de jogos. Aqui, o time constrói uma versão funcional mínima que permita validar o potencial da ideia com rapidez. A partir daí, entra a fase de playtest, onde usuários reais testam o protótipo e oferecem feedbacks valiosos.
Esses testes alimentam o processo de avaliação e passam por um rigoroso controle de qualidade (QA), em que bugs são identificados e a experiência é refinada. Se aprovado, o jogo segue para o soft launch, ou seja, um lançamento limitado para públicos específicos com o objetivo de analisar o comportamento do jogo no mercado real.
Com os ajustes realizados, acontece o lançamento oficial, marcando a entrada definitiva do jogo no mercado. A partir daí, a operação contínua do jogo – também chamada de Live Ops – ganha protagonismo. Esse processo inclui atualizações, eventos especiais, ajustes e lançamentos de novos recursos com base em dados e feedbacks da comunidade.
A lógica do 70/20/10 continua viva mesmo após o lançamento, pois cada novo recurso implementado passa por um novo ciclo: playtest → avaliação → implementação. Isso garante que o jogo continue evoluindo de forma consistente, sem perder sua identidade nem comprometer a experiência do jogador.
Esse modelo não se trata apenas de uma fórmula de produção, mas de uma mentalidade estratégica. O modelo 70/20/10 no desenvolvimento de jogos oferece um caminho estruturado para inovar com responsabilidade, reduzir riscos, acelerar a produção e aumentar as chances de sucesso no lançamento.
Para estúdios independentes e grandes desenvolvedores, essa abordagem tem se mostrado uma aliada poderosa, permitindo que ideias criativas floresçam dentro de um processo enxuto, validado e sustentável.